
Por muito tempo acreditou que algo mágico acontecesse naquelas datas. Algum presente esperado ou não, com poderes para transformar o curso dos dias iguais, trazer um sentido novo ou força para seguir.
Por muito tempo acreditou que algo extraordinário viria se conseguisse entrar em meditação. Algum saber, talvez apenas sentimento, diferente, misterioso, que abriria a mente e traria novos sentidos para a vida.
Passaram-se estações de aridez e ceticismo, em que qualquer possibilidade de mudança era recebida com indiferença. Mas foi assim, na distensão do desejo e da espera, que ele percebeu os dias amanhecendo com uma irreconhecível serenidade.
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foto: Conjunto Nacional e edifício do Banco do Brasil na avenida Paulista, em São Paulo, por Ricardo Imaeda