Tuesday, September 29, 2009

Por enquanto

Falta força para seguir. Faz falta. Não somente para onde, mas como. Tudo parece se esgotar tanto. Quase como um fim sem chegada.

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foto: detalhe do parque do Povo, no bairro do Itaim, zona sul de São Paulo, por R.I.

Saturday, September 19, 2009

Sem fim

Do lado de lá, e quase todo o entorno, a correria segue sem tomar respiro. Movidos por qualquer coisa sem nexo real, eles se exaurem no desespero de chegar ou, ao menos, não naufragar. Correm cada vez mais longe, tentando tomar posse do que sempre termina por escapar.

Talvez, se virarem para o lado e tiverem curiosidade, estranhem aquele que caminha lento, denso em seu passo. Aquele para quem a poeira do caminho guarda todos os outros seres, toda a verdade da existência.

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Nas folhas das árvores os dias são o chegar e partir da luz do sol ou da chuva. Não mais pedaços de uma agenda. Nenhum objetivo. Nem sofrimento.

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foto: detalhe do parque Burle Marx, na zona sul de São Paulo, por Ricardo Imaeda

Tuesday, September 15, 2009

Onde ontem

Olho para os lados em que o barulho deixa estragos. Sem os apoios de ontem não reconheço mais os lugares nem as figuras da história. Estão bem aqui e, ao mesmo tempo, estão perdidos. Como se tivessem se soltado e agora vagassem por si, senhores da sua liberdade.

Não são mais cenários dos meus desencontros ou testemunhas de outros projetos. Desligaram-se, simplesmente.

Estranho contemplar paisagens desacorrentadas. Têm um gosto de passado mas recendem a desconhecimento.

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foto: vista do largo de Osasco a partir da estação ferroviária, por Ricardo Imaeda

Wednesday, September 09, 2009

Vinte anos. Ou dois

Se você soubesse que teria mais vinte anos de vida (nesta vida), mudaria alguma coisa? É certo que é difícil precisar assim: vinte anos. Mas suponha. Parece que depois de algum tempo a questão desapareceria, atropelada pelos problemas do cotidiano, de sempre. Bem diferente seria se o prazo fosse de dois anos. Apesar de talvez mais desesperador, esse período parece mais cabível em qualquer tipo de planejamento. Do que seria priorizado e experimentado até do que seria empurrado para o final da fila.

Vinte anos parecem muito e longe. Até quando se olha para o passado. Ou não? Algumas roupas se conservam, intactas ou gastas, muitas fotos, escritos. Neles podemos reconhecer um pouco daquilo que já não é. Parecem guardar o que se desprendeu da pessoa que partiu e ainda restou.

Para diante só provas imateriais. Tão só dentro de si próprio. Assim como talvez tenha sido cada dia.

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foto: detalhe d’As Quatro Estações, obra de Tomie Ohtake, na plataforma de embarque da estação Consolação do metrô de São Paulo, por Ricardo Imaeda

Saturday, September 05, 2009

Um despertar?

Sem trabalho, as longas pausas criam tempo livre e terreno para a meditação (andando) e o desenvolvimento espiritual. É como se houvesse aberto uma porta para outra via, paralela e, ao mesmo tempo, tão diferente. Ainda aqui, ainda agora, mas com outra natureza.

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foto: sino de fazenda de café, peça do acervo da Bolsa do Café, em Santos, São Paulo, por Ricardo Imaeda