Sunday, August 31, 2008

Dez anos este dia


Não é o começo de qualquer coisa. Nem uma retomada. Apenas o movimento de substâncias no acaso.
E na chegada.

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Liberdade é afagar a incerteza quando não dá mais

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[ao som de ‘Quando o sol bater na janela do teu quarto’, de D. Villalobos, M. Bonfá, R. Russo, com Legião Urbana]

Tuesday, August 26, 2008

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Porque ele não compete não perde.
Assim, sem oponentes nem láureas, segue o rumo sem par.
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[ao som de ‘Solitude’, de D. Ellington e E. De Lange, na voz de Billie Holiday]

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foto: detalhe da praça Charles Muller, no bairro do Pacaembu, em São Paulo, por Ricardo Imaeda

Tuesday, August 19, 2008

Em algum canto da cidade


Ela canta no karaokê como se fosse no disco. Mal sabem os passantes, que devem confundir. Talvez ela mesma esteja mais na música do que na lanchonete espúria, em meio aos poucos que a aplaudem. É assim contente, como ontem, enquanto o ônibus não vem.


[ao som de ‘Tú nella mia vitta’, que circulou o mundo na voz da dupla Wess & Dori Ghessi nos anos 70 e sobrevive no repertório de karaokês da cidade]

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foto: skyline do centro novo de São Paulo, por Ricardo Imaeda

Tuesday, August 12, 2008

Um tanto


É difícil chegar, passos gastos
À cidade de ontem, sapatos fechados
Na deriva sem espaço

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foto: detalhe do páteo do colégio, a partir do jardim do café do Páteo, centro de São Paulo, por Ricardo Imaeda

Friday, August 01, 2008

Trens, carros, vagões

[ao som de ‘Flor de ir embora’, de Fátima Guedes]


Parece ser sempre o último trem este em que embarco sem saber do que espera. Ainda assim consigo, mal ou bem, me equilibrar no chacoalho do que passa, porque ainda passa.

É sempre a sensação de última passagem. De não poder perder senão não haverá mais. De não poder largar, não deixar partir. Como os lugares além da janela na ausência de quem contempla.

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foto: a partir do interior de carro do trem Maria Fumaça do Memorial do Imigrante, na Mooca, São Paulo, por Ricardo Imaeda