[ao som de ‘Calling you’, de B. Telson, trilha do filme ‘Bagdad Café’]
Se não cinco horas qual momento para perder esperanças? Junto com as sombras que se vão, na pressa diluindo-se no cansaço. As ruas sem resposta. E aquele só.
Se não seis horas que instante passará mais rápido, entre indistintos, não deixando calor? Nem figuras, que se espatifam contra o chão. E aquele.
Só.
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foto: avenida São João, centro de São Paulo, por Ricardo Imaeda
Tuesday, May 27, 2008
Thursday, May 22, 2008
Em qualquer direção
[ao som de ‘Preyed upon’, de e com Tanita Tikaram]
...enquanto caminha e conta os passos
agora que os espelhos se perderam
encontra portas nas ruas
tão altas e longe quanto lâmpadas
na imagem que se forma
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foto: edifício São Luiz Gonzaga, na avenida Paulista, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
...enquanto caminha e conta os passos
agora que os espelhos se perderam
encontra portas nas ruas
tão altas e longe quanto lâmpadas
na imagem que se forma
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foto: edifício São Luiz Gonzaga, na avenida Paulista, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
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[texto originalmente publicado em inglês pelo autor no blog Wayfarer]
Friday, May 16, 2008
O que te move?
[ao som de ‘Gira con me questa notte’, de D. Foster, W. Afanasieff, L. Quarantotto, na voz de Josh Groban]
Por um tempo o que me moveu foi a espera. Datas chegariam com seus frutos, histórias, finais felizes.
Depois foi a busca o que me impulsionou. Haveria um sentido por que rumar. E pessoas, mais fantasmas que companhia.
Algumas horas foi a nostalgia sem realidade. Outras, planos esgotados de intenção.
Agora não parecem restar ilusionistas.
Agora, o que me move é a Terra.
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foto: detalhe da cordilheira dos Andes, Chile central, por Ricardo Imaeda
Por um tempo o que me moveu foi a espera. Datas chegariam com seus frutos, histórias, finais felizes.
Depois foi a busca o que me impulsionou. Haveria um sentido por que rumar. E pessoas, mais fantasmas que companhia.
Algumas horas foi a nostalgia sem realidade. Outras, planos esgotados de intenção.
Agora não parecem restar ilusionistas.
Agora, o que me move é a Terra.
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foto: detalhe da cordilheira dos Andes, Chile central, por Ricardo Imaeda
Monday, May 12, 2008
Com o esfriar enquanto anda
‘Cada passo é uma brisa que nasce’
[inscrição zen budista citada por Thich Nhat Hanh em ‘Meditação andando’]
A tarde esfria e ventos anoitecem na avenida. Pareço andar por um corredor aberto para a queda. Enquanto névoas de pessoas atravessam talvez tenha chegado o tempo.
Nas lojas de discos elas procuram pelos cantores do passado. Devem querer se agarrar às barras anti-pânico, que ainda podem ser notadas na linha do afogamento. Pelo menos uma sonoridade amiga nessas horas. E elas parecem contentes.
De volta às ruas o ar frio se condensa, espesso, na respiração do que não sabe mais voltar. Na memória alguma canção sobrevive, empurrada contra a indiferença, na dureza do que não cede.
Crepúsculos são perdas.
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foto: anoitecer em São Paulo, a partir da rua Nazaré Paulista, por Ricardo Imaeda
[inscrição zen budista citada por Thich Nhat Hanh em ‘Meditação andando’]
A tarde esfria e ventos anoitecem na avenida. Pareço andar por um corredor aberto para a queda. Enquanto névoas de pessoas atravessam talvez tenha chegado o tempo.
Nas lojas de discos elas procuram pelos cantores do passado. Devem querer se agarrar às barras anti-pânico, que ainda podem ser notadas na linha do afogamento. Pelo menos uma sonoridade amiga nessas horas. E elas parecem contentes.
De volta às ruas o ar frio se condensa, espesso, na respiração do que não sabe mais voltar. Na memória alguma canção sobrevive, empurrada contra a indiferença, na dureza do que não cede.
Crepúsculos são perdas.
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foto: anoitecer em São Paulo, a partir da rua Nazaré Paulista, por Ricardo Imaeda
Tuesday, May 06, 2008
Descobertas
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