[ao som do canto das baleias]
Sub mares, sobre mares
Sub mares, sobre mares
Vem ouvir
Vai feito onda, parte
Só sobrando
sua voz
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foto: oceano Pacífico a partir de Viña del Mar, Chile, por Ricardo Imaeda
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Sunday, October 21, 2007
Wednesday, October 17, 2007
Thursday, October 11, 2007
Esconde-esconde
Ele chegou tarde ao jogo e procura qualquer rastro que o leve até aqueles que se escondem. Aguça os sentidos, reconstrói mentalmente mapas, erra sem lógica pelos espaços de possibilidades gastas. Devem ter partido de vez, imagina. Não há mais sinais de retorno; o sol diminui.
Era apenas uma brincadeira, não diziam? Para distrair dessa rotina de pressões, corrida de ratos. Um alívio básico.
Talvez já tivessem brincado assim muitas vezes. Talvez todos os dias. Saíam e voltavam, descobertos ou vitoriosos. Mas agora parecem abandonar o campo sem mais. Desertam do peso e do escape. Na ausência se fazem sentir como nunca. Finalmente aparecem em toda a clareza.
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foto: gruta no Parque da Luz, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
Era apenas uma brincadeira, não diziam? Para distrair dessa rotina de pressões, corrida de ratos. Um alívio básico.
Talvez já tivessem brincado assim muitas vezes. Talvez todos os dias. Saíam e voltavam, descobertos ou vitoriosos. Mas agora parecem abandonar o campo sem mais. Desertam do peso e do escape. Na ausência se fazem sentir como nunca. Finalmente aparecem em toda a clareza.
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foto: gruta no Parque da Luz, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
Sunday, October 07, 2007
Sem sombra, sem reflexo
Às vezes um cadáver é melhor que um fantasma.
Melhor: mais concreto, mais presente. Torna a companhia verdadeira no consumir das velas. Embora pareça final traz consigo todos os tempos. É um lembrete, um aviso, uma promessa. Uma vida a ponto de começar.
O fantasma, ao contrário, é uma flor de plástico: repete-se a cada aparição, preso em uma forma fixa. Devolve o mesmo olhar de quem o espreita. Não cria sombras, não se transforma.
Às vezes ambos parecem ganhar vulto nas incertezas da próxima esquina. Em um assombro conjunto. Na história nova, igual, que se recorta.
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[ao som de ‘Swing low sweet chariot’ (domínio público), na voz extraordinária de Paul Robeson]
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foto: detalhe do Memorial do Imigrante, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
Melhor: mais concreto, mais presente. Torna a companhia verdadeira no consumir das velas. Embora pareça final traz consigo todos os tempos. É um lembrete, um aviso, uma promessa. Uma vida a ponto de começar.
O fantasma, ao contrário, é uma flor de plástico: repete-se a cada aparição, preso em uma forma fixa. Devolve o mesmo olhar de quem o espreita. Não cria sombras, não se transforma.
Às vezes ambos parecem ganhar vulto nas incertezas da próxima esquina. Em um assombro conjunto. Na história nova, igual, que se recorta.
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[ao som de ‘Swing low sweet chariot’ (domínio público), na voz extraordinária de Paul Robeson]
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foto: detalhe do Memorial do Imigrante, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
Thursday, October 04, 2007
Alta tensão
[ao som de ‘Hymn of the big wheel’, de G. Marshall, A. Vowles, R. del Naja, N. Cherry e H. Andy, com Massive Attack]
Entre dois mundos caminho vagante
O corre-corre das coisas criadas
E o embaço da janela estanque
A roda ilusória em que luzem valores
E o solo único que mal reconheço.
Quando tenho que parar os dois parecem se unir
Em um choque
que por mim percorre
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foto: detalhe do parque Alfredo Volpi, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
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Entre dois mundos caminho vagante
O corre-corre das coisas criadas
E o embaço da janela estanque
A roda ilusória em que luzem valores
E o solo único que mal reconheço.
Quando tenho que parar os dois parecem se unir
Em um choque
que por mim percorre
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foto: detalhe do parque Alfredo Volpi, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
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