
Muitas vezes não nos damos conta da escrita pulsante encoberta pelas luzes da cidade. Que os próprios olhos são incapazes de captar diretamente. É preciso mudar o passo: mais vagar ou pressa; menos rigor na regularidade. Os esboços surgirão como volteios de dança.
Foi assim, camuflado de luzes e boas intenções, que escreveu sua história pela cidade. Nada mais que alguns rabiscos mal preparados: um jeito rude, adoçado por um sorriso confiscante; um saber de senso comum em oratória dominical; gestos suaves mas bem marcados. Ele, todo rabiscos. A cidade, toda noite.
Muitas vezes não nos damos conta dos rabiscos traçados pelas luzes. Foi assim que ele camuflou sua história em uma cidade incapaz de ser vista a não ser de noite. Em seus passos de dança, mal ensaiados, com mais vagar que pressa, mais suaves que sorridentes, deslizava como lápis sem intenção.
1 comment:
o texto é ótimo, a imagem também. sou suspeito pra falar de temas românticos, achei tão romântico, no bom sentido. o rapaz romântico precisa se ofuscar, precisa da sombra e precisa da luz estourada para sobreviver no mundo de paixão idealizado e também no mundo real do amor suave. com isso, ele consegue flutuar e capturar corações abertos e saudáveis caminhando pelas ruas da metópole em busca do gozo do verdadeiro sentimento. beijo do rô (estamos sumidos, precisamos tomar um capuccino)
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