[ao som de ‘Blue Moon’, de R. Rodgers e L. Hart, na voz de Billie Holiday]Quando me esqueço do que guardo,
quebro grades, graves quinas
Quase grito, quase ganho
Esqueço-me agora
em quadros e gumes
em quartos minguantes
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Foi assim, há muito tempo, quando chegar à cidade grande era uma promessa de vida melhor. Na largura das avenidas e no trânsito frenético havia mais do que um desatino de multidões. Mais do que a correria pela sobrevivência. Dar seus primeiros passos sobre essas calçadas era estar dentro, enfim.
Não estranharia mais nada. Se havia pulso, haveria sentido. E havia os outros. Um mistério que persistiria e muito. Porque decifrá-los estava ainda além de sua capacidade. Só os outros poderiam enganar.
Até que se cansou de tentar entender. Mal se esgotava o estoque de fascínio, era demais o fardo de fora.
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foto: detalhe da Catedral da Sé, no centro de São Paulo, por Ricardo Imaeda
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[texto originalmente publicado em blog anterior, no Livejournal]

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