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[ao som de ‘The unfolding’, de e com a assombrosa voz de Lisa Gerrard]
Cenas triviais se transformam em parábolas, o aparente vagar no trânsito sempre congestionado revela uma tensão diferente. Apesar da sensação de proximidade da locação, alguma coisa se fratura quando o filme acaba. Cabem desajustes, cabe o gosto da estranheza. Em ‘A Via Láctea’, a São Paulo de Lina Chamie poderia ser qualquer outra grande metrópole. Ela parece ser uma ponte quebrada. Separa e repete as ações, pontos de vista, referências. E na polifonia, poliartística, mesmo assim, é a palavra a condutora, muitas vezes artificial, do percurso que se finda. Quem abrirá caminho para ambulâncias se não se perder na leitura de versos? Que gesto não estará significado quando apenas se começa a desenhar?
O que parece tão trivial ganhará outro estatuto se revestido de citações literárias ou musicais? Sedimentará camadas insuspeitas em transferências para novos territórios? Ou chegará àquele beco da cidade, entre mercados e solidões, na insuficiência do pulso, na solidez do sangue?
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Assista a ‘A Via Láctea’, de Lina Chamie, qualquer que seja sua cidade e não tente reconstruir nada
[Para muitos o filme permite um primeiro contato com o belo poema de Mário Chamie, ‘Chuva interior’]
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Wednesday, November 07, 2007
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1 comment:
Ricardo, só faltou 'publicar' o poema do Chamie, pra quem não o conhecia. Mas tudo bem. Fui atrás do poema, foi fácil, este mundo virtual é mesmo amplo. Ou sei lá o quê.
Quanto ao filme, vou ver. Já pretendia, com seu comentário, vou mesmo.
Beijo,
Anaelena
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