Saturday, November 17, 2007

como rodo, sem remos










Os pés se molham dentro dos sapatos cada vez mais molhados. Logo sente as ruas escorrerem por entre seus dedos agora que a chuva parece não terminar. E lhe pesam alagados mais soltos que dantes. Ao deslizar sobre as calçadas é sobre as nuvens que lhe escapam o que pensava sobre altos e baixos em que parece escorrer desequilibrado. Mais se molham os pés, liquefazendo na impossibilidade de se livrar dos sapatos, na fluência do que lhe escapa, aos poucos, na correnteza de que não consegue se apartar.









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fotos: cachoeira de Deus, em Penedo, por Ricardo Imaeda

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