Assim, por acaso, reencontro o sabor da mexerica da infância aqui, tão longe, tão noite. Aquele gosto de início, anos inteiros por percorrer, finais de almoço, provas e lições de escola. Um pouco azedinha nos cantos, a cor intensa, gomos de recheio vigoroso no desmanche. Sabor então guardado (ou perdido) em algum dia comum, sem saber que por tanto tempo.
Talvez sejam dessa forma as retomadas: algum dia deslocado no espaço e na intenção, sem qualquer motivo ou cabimento, um fio de memória é puxado para fora de seu descanso e acorda as sensações que mantinha atadas.
Sabor de passado renascido. Mas diferente?
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foto: detalhe do centro histórico de Paraty, por R.I.
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