Wednesday, November 03, 2010

Escrito em uma carta do passado

Não existe dor maior do que se sentir perdido em lugares tão conhecidos, como a avenida Paulista. Ou dispondo de pessoas razoavelmente próximas, ainda assim ausentes. Nenhuma canção confortaria, nenhuma lembrança. E tantos passos, quilômetros de asfalto.
Valerá tudo isso a pena?
Para quê, afinal?
Não haverá palavra que registre esse tormento ou lucidez excessiva. Nem Lúcio Cardoso talvez tenha conseguido traduzir a letargia inquieta em que nos movemos/estacamos.
Quem se perderá agora?
[ouve-se, ao longe, uma ária de Puccini]

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foto: subsolo do Arquivo Municipal de São Paulo, no bairro da Luz, centro de São Paulo, por R.I.

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