‘O signo da cidade’, de Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli, traz um pouco desses fragmentos de vidas temporárias. Algumas delas nas derradeiras ações sobre a Terra. Quanta gente morre, quanta gente se mata. Findar é uma vontade de força, afinal. Um ato brusco de transformação, busca de alívio para a dor crônica de continuar.
Nessas histórias cortadas a cidade parece, de alguma forma, reverenciar a pessoa desconhecida. Ainda que a sobrepasse ou a despreze, é como se tirando seu valor ela reconhecesse o imponderável. Na falta, a diferença. Na violência do fim, a pausa para refletir sobre o fim.
Grandes cidades parecem alimentar pulsões fortes e contraditórias que, no limite, chegam a se anular. Em meio a elas o caminhante estende a mão.
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foto: detalhe do pórtico de entrada e dos ciprestes do cemitério São Paulo, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
1 comment:
Ricardo, você escreveu sobre o filme! Me lembrei de você ao ler o Contardo falar sobre ele. Quero ver e espero ver, ainda que não tenha visto até agora o outro, aquele sobre o qual tanto falamos. Esqueci o nome, cabeça cansadíssima. Acho que só ligo pra você no final de semana, estou trabalhando, trabalhando. Ainda bem, viva!
Seu blog sempre lindo, delicioso.
Beijo,
Anaelena
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