A chuva lava a mochila e o que abriga. Na desordem do que molha a lembrança de toda água brotando do piso, alcançando os pés, a levantar o que sobra. A casa baixa, presa de enchentes. O olhar baixo, na altura crescente dos estragos.
Tudo se molha mesmo no agasalho. Nessa chuva lateral, oblíqua, a enxurrada é quase certa. Lava a roupa, lava os braços, deixa papéis enrugados. Deixa de novo seu andar preocupado. Não é possível se proteger em qualquer ponto desse caminho.
Lava o passo, abraça a água. E faz da chuva uma vacina.
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foto: mirante do Alto da Lapa, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
Thursday, January 24, 2008
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