[ao som do tema de ‘Blade runner’, de Vangelis]
Ganho um álbum para guardar fotografias, desses simples, de papel reciclado, com espaço para uma foto por página. A época é propícia para lembrar, recuperar, ressignificar lugares e pessoas. Nas horas que se passam com a busca e a seleção a história de uma jornada é composta inúmeras vezes. Não apenas com memória, mas com entornos de humor flutuante, ao sabor dos efeitos de longo prazo. São como as imagens de algum oráculo, abertas a construções diretas ou muito filtradas.
Quando olho para o álbum assim incompleto é como se relesse um texto, antigo, recente, a que falta um título, uma frase em meio aos parágrafos. Talvez os espaços em branco suscitem dores esquecidas. Indecisões no percurso. E a seqüência pareça um pouco brusca, sobressaltada, com muitos fios soltos, longos trechos sem registro. Mas eles me deixam também com um sentimento de céu e terra: um sentido de reconciliação com o que não compreendo, a que posso contemplar e que continua a me sustentar na procura.
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foto: moai da ilha de Páscoa, no jardim do Museo Fonck em Viña del Mar, Chile, por Ricardo Imaeda
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Tuesday, January 01, 2008
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