Não sei se confirma Tennessee Williams, mas sem a ironia: muitas vezes são estranhos que procuram e oferecem um gesto de bondade nas salas de bate-papo. Gente de pequenas cidades do interior, sufocadas pela falta de semelhantes, alternativas, chances. Quase sempre. É uma solidariedade sem rosto. Uma cumplicidade sem nenhuma garantia de segundo encontro.
Noite alta, insone. Talvez você já tenha se sentido assim, meio suspenso no tempo e espaço, teclando. Você pode ser rápido, conciso. Mas e as respostas? Uma encarnação. Duas. Luzes fortes, palavras minguantes. Quem procura companhia?
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Dentro desse trem, um cosmos inteiro. Procuro me equilibrar entre pregadores de mão cheia (de folhetos) e vendedores de toda sorte de quinquilharias. Um shopping móvel, diante de tanta pasmaceira. Muitos barulhos incidentais anseiam preencher e enganar a volta para casa. Não deve ser bem um retorno, mas algo como a imagem que oferece a janela: uma paisagem misturada com o reflexo interior do vagão.
Assim vão, entre dormentes e estações. Entre conversas rotuladas e um silêncio que se alonga quando se atravessa a porta.
Thursday, February 15, 2007
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