Tuesday, January 30, 2007

Ímpar


‘O grande objetivo da viagem não é ver terras estranhas; é ver a nossa própria terra como terra estranha’ (G.K. Chesterton)

‘A viagem pode ser uma das mais compensadoras formas de introspecção’ (Lawrence Durrell)

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Se houvesse uma segunda vez cada um dos minutos não pareceria diferenciado, surpresas de descobertas. O traçado das ruas estaria absorvido como o vocabulário de todos os dias. Não haveria tanto significado solto para ser recombinado. E nesse passo descontinuado suspenderia qualquer novidade para apenas reconhecer qualquer possível par.

Haveria segunda história, seguidos silêncios. De uma outra natureza.

Andaria talvez por esses mesmos bairros de incontido encanto com um olhar de menor arrasto. A toda paisagem responderia com repouso e serenidade.

Mas sobreviveria essa incerteza residente? Sem abismos cenográficos ou respiros contados? De que outras perdas me alimentaria ou ficaria liberto?

Em uma segunda vez, quem sabe, flanaria sem margem. Para o desconhecido?

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foto: anoitecer sobre Santiago, a partir da Terraza Bella Vista, no Cerro San Cristóbal – por Ricardo Imaeda

2 comments:

Anonymous said...

Um poema de Chesterton:

"Vai morrendo mais um dia
Durante o qual tive mãos, olhos, ouvidos
E o vasto mundo ao meu redor;
E amanhã é outro dia.
Por que tenho direito a dois?"

(citado por Yancey, em "Alma Sobrevivente").

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Por quê? Acho q misericórdia: de coração pra coração.

Gostei de tudo, principalmente do "sem margens".

Fica na PAZ!

Ricardo.

Anonymous said...

beijo do rô