Sunday, January 07, 2007

de volta para casa


Faltam trinta minutos para o pouso e a expectativa aumenta. Afinal, depois de planícies intermináveis e terrenos geometricamente cortados (agriculturados), começa o trecho rochoso, marrom avermelhado. Mas não é nada demais. Tanta terra assim na sua terra.

Agora restam vinte e dois, vinte e então ela aponta mais à frente. É uma epifania.

O avião se inclina e é como se de fato mergulhasse para dentro dos contrafortes imensos, de neves irregulares. Um magneto extraordinário, que captura e comove os olhares.

Não é uma cadeia montanhosa qualquer. Não é só uma questão de escala. A cordilheira parece conter algo mais. Um assombro que instabiliza os mais insensíveis ou fatigados de tantos cenários naturais.

Olho do alto – de mais alto – mas é como se estivesse no sopé, entre as pedras que ali se fixaram. Por fascínio ou gravidade.

Olhar para os Andes é voltar para casa.

1 comment:

Anonymous said...

porque as montanhas são montanhas-mães.
beijo do rô