[Em comemoração ao extraordinário feito de resgate dos mineiros no Chile]
O movimento da roldana engancha todo o olhar. Seu giro horário mostra que a cápsula continua a subir. Vai tudo bem. Lento demais para quem assiste ou carrega, mas rodando sem parar, é o que importa. Já são tantos que voltaram ao solo e, ainda assim, não dá para respirar aliviado até que o último dos socorristas retorne a salvo.
No trabalho incessante de tantos homens há muito mais que diligência ou solidariedade. Há um conduto de transcendência. Do humano enquanto vida, do todo que se reconhece e se encontra em cada um. É como se ao tocar o limite do suportável se reacendesse um sentido quase perdido de sublime. De verdade.
Nessas horas, por mais frágil e estreita que possa ser a passagem, parece renascer uma possibilidade.
Nessas horas é possível ver a travessia.
Sim.
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foto: detalhe de marcador de livro em cobre produzido no Chile, por R.I.
Thursday, October 14, 2010
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