Wednesday, October 06, 2010

De todos os tempos sem onde

Cada vez que volto à cidade da infância para votar é como se reencontrasse alguém que não tivesse passado, ainda vive aqui. Não ficou naquele colégio nem se dissipou no tempo. Ele continua não como um fantasma, mas de um jeito que me faz lembrar da imortalidade das coisas sentidas.

A cidade da adolescência ondula sob as calçadas reformadas, mais gastas do que todas as tentativas de fazê-la passar. Faz par com o jovem partido em direção a qualquer ponto incerto, envelhecido no retorno a qualquer lugar conhecido.

Não é mais a cidade agora. Talvez estejam todos ainda aqui, enquanto caminho devagar para o fundo, para fora, para não sei onde.

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foto: vista do centro da cidade de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, por R.I.

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