Algumas coisas existem, quer se acredite quer não. Exercem uma força de arrasto mesmo que se procure ignorar. Uma espécie de magia sem movimento. Elas estão contra, durante noites e claros.
Não são fantasmas nem naves desconhecidas. Mas atormentam com sua presença, tanto mais sentida quanto mais negada.
E para quem precisa continuar (ou apenas teme partir) essas coisas funcionam como memórias alteradas. Criam uma imagem parecida, mais sombria, do que foi; mais incerta, final, do que pode aparecer.
Talvez por conta desses freios aquele que caminha começa a inventar. Inventar amigos, enredos, lugares. Essas outras coisas que o amparam, mas também não existem.
[ao som de ‘Mysterons’, de G. Barrow, B. Gibbons, A. Utley, com Portishead]
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foto: grande auditório do parque Anhembi, na zona norte de São Paulo, por Ricardo Imaeda
Thursday, April 02, 2009
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1 comment:
Decartes afirmou que o pensamento garantia que nós existiriamos.
Será que está em algum ponto desses o que alimenta toda essa atração que você aponta?
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