Sunday, December 17, 2006

Todo preparo e cinzas

Não é preciso um vaticínio de morte para mudar tudo. Basta um sentimento de finitude próxima. De que algo não vai bem com o corpo ou com o espírito. E as formas todas ganham outros sentidos. Cada gesto, peso alterado. A cidade, antes abrigo, começa a discutir com as lembranças.

É assim que passo esses dias. Na sala de espera de qualquer surpresa temida, sem pensar (porque seria mais dolorido). Sem provisões de água e alimento, agora que tais bens não sustentariam uma travessia. E sem repouso, porque pareceria um termo decisivo.

Não recitaria um mantra nem uma prece, ainda que Mahatma Gandhi assim o recomendasse. O silêncio é um único conforto. Reintegra o que se dilacerou ao longo do caminho.

[Talvez uma vela possa ajudar]

1 comment:

Anonymous said...

te escrevi.
abs.
ric.