Wednesday, September 09, 2009

Vinte anos. Ou dois

Se você soubesse que teria mais vinte anos de vida (nesta vida), mudaria alguma coisa? É certo que é difícil precisar assim: vinte anos. Mas suponha. Parece que depois de algum tempo a questão desapareceria, atropelada pelos problemas do cotidiano, de sempre. Bem diferente seria se o prazo fosse de dois anos. Apesar de talvez mais desesperador, esse período parece mais cabível em qualquer tipo de planejamento. Do que seria priorizado e experimentado até do que seria empurrado para o final da fila.

Vinte anos parecem muito e longe. Até quando se olha para o passado. Ou não? Algumas roupas se conservam, intactas ou gastas, muitas fotos, escritos. Neles podemos reconhecer um pouco daquilo que já não é. Parecem guardar o que se desprendeu da pessoa que partiu e ainda restou.

Para diante só provas imateriais. Tão só dentro de si próprio. Assim como talvez tenha sido cada dia.

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foto: detalhe d’As Quatro Estações, obra de Tomie Ohtake, na plataforma de embarque da estação Consolação do metrô de São Paulo, por Ricardo Imaeda

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