Se você soubesse que teria mais vinte anos de vida (nesta vida), mudaria alguma coisa? É certo que é difícil precisar assim: vinte anos. Mas suponha. Parece que depois de algum tempo a questão desapareceria, atropelada pelos problemas do cotidiano, de sempre. Bem diferente seria se o prazo fosse de dois anos. Apesar de talvez mais desesperador, esse período parece mais cabível em qualquer tipo de planejamento. Do que seria priorizado e experimentado até do que seria empurrado para o final da fila.
Vinte anos parecem muito e longe. Até quando se olha para o passado. Ou não? Algumas roupas se conservam, intactas ou gastas, muitas fotos, escritos. Neles podemos reconhecer um pouco daquilo que já não é. Parecem guardar o que se desprendeu da pessoa que partiu e ainda restou.
Para diante só provas imateriais. Tão só dentro de si próprio. Assim como talvez tenha sido cada dia.
:: foto: detalhe d’As Quatro Estações, obra de Tomie Ohtake, na plataforma de embarque da estação Consolação do metrô de São Paulo, por Ricardo Imaeda
Gostaria de ler sua sugestão ou comentário. Se preferir, escreva direto para mim. Será um prazer começar uma nova amizade ou apenas compartilhar palavras e significados.
No comments:
Post a Comment