Wednesday, March 04, 2009

Metade

[ao som de ‘Metal contra as nuvens’, de R. Russo, M. Bonfá, D. Villa-Lobos, com a Legião Urbana]


Não é como uma encruzilhada comum, em que ao se escolher um caminho perde-se de vista o outro, cada vez mais distante. Ela vai continuar lá, correndo em paralelo, sempre ao alcance do olhar. A vida que poderia ser, vivida pela grande maioria; a que volta e meia quer voltar a ser percorrida; uma normalidade que seduz e repele, ali, quase aqui.

Em paralelo, mas sem troca. Sem toque, sem volta.

Só o simples passo para a outra via já parece impossível, um pesadelo semi esquecido. Um passo que não encontra piso contra o qual se firmar. Mas continua a aparecer em imagem – fantasma, relíquia?

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foto: museu Anchieta, em primeiro plano, e edifício Altino Arantes, ao fundo, no centro de São Paulo, por Ricardo Imaeda

2 comments:

Anonymous said...

A bifurcação de Ulisses, poderíamos chamar assim?

Douglas Kawaguchi said...

Belo blog, Ricardo! Gostei do slogan. Compartilho do ponto de vista, devo dizer.
Tomara que sirva de inspiração para que eu atualize mais o meu!
Abraços de Doug