Tuesday, March 10, 2009

Não mais

[ao som de ‘Ships’, de I. Hunter, na voz de Barry Manilow]


Não sei por quantas vezes mais farei esse mesmo percurso tão conhecido, rotinizado. Por esses anos todos os movimentos foram quase imperceptíveis, ocultos por outras preocupações. Agora, com a fragilidade externada cada passo parece pesar decisões. E o que surgia certo é surpresa, é mistério.

Tenho andado em círculos pela casa, mas não se acumulam dias. É como se perdesse no fim da noite o que se repetiu com gasto numa vigília sem luz.

‘We’re two ships that pass in the night
We both smile and we say it’s alright
We’re still here, it’s just that we’re out of sight
Like those ships that pass in the night’

[‘Somos dois navios que passam à noite
Nós dois sorrimos e dizemos que está tudo bem
Ainda estamos aqui, apenas estamos fora de vista
Como aqueles navios que passam à noite’]

E quando acordo, madrugada sirene, ainda esbarro nos móveis conhecidos em caminhos estranhos, que tanto pareciam meus.

::

foto: início ou final de um dos canais da cidade de Santos, por Ricardo Imaeda

No comments: