[ao som de ‘Here comes the sun’, de George Harrison, na voz emocionante de Nina Simone]
Em ‘O caminho para Meca’, vemos Helen cada vez mais fragilizada, na iminência de não mais poder cuidar de si mesma. Sentindo-se pressionada a mudar para um asilo, ela se contrai, curvada à mesa, quase desabando sobre uma vela. Na sua deriva imóvel ao destino ela nos arrepia as cordas da compaixão.
Não demora muito e do que parecia desoladamente perdido ela se levanta para falar sobre a sua arte que, como as velas que acendia, a ajudavam a confrontar o medo, e o medo da escuridão. Agora sua voz vem firme, as velas em punho, no percurso que ainda lhe resta.
Suas esculturas iluminam um caminho em meio a toda a incompreensão e intolerância que a sua diferença provoca. As velas que ela abraça tremem ainda, a sala anoitecida, enquanto olhamos em defesa do que parece minguar, parece apagar, mas resiste.
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[Cleyde Yáconis brilha intensamente na peça ‘O caminho para Meca’, um texto forte de Athol Fugard, em cartaz no teatro Jaraguá, em São Paulo, de sexta a domingo. Durante o mês de novembro está com preço promocional na campanha da Apetesp]
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foto: detalhe de painel de Di Cavalcanti na fachada do prédio do hotel e do teatro Jaraguá, no centro de São Paulo, por Ricardo Imaeda
Tuesday, November 18, 2008
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1 comment:
Como sempre tua fotografia vai beijando o texto lentamente e assim ofertanado-nos o climax...
Obs:O engraçado,para não dizer intrigante, que isso ocorre,até com textos que não foram escritos po você.
Um grande abraço.
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