Às vezes um cadáver é melhor que um fantasma.
Melhor: mais concreto, mais presente. Torna a companhia verdadeira no consumir das velas. Embora pareça final traz consigo todos os tempos. É um lembrete, um aviso, uma promessa. Uma vida a ponto de começar.
O fantasma, ao contrário, é uma flor de plástico: repete-se a cada aparição, preso em uma forma fixa. Devolve o mesmo olhar de quem o espreita. Não cria sombras, não se transforma.
Às vezes ambos parecem ganhar vulto nas incertezas da próxima esquina. Em um assombro conjunto. Na história nova, igual, que se recorta.
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[ao som de ‘Swing low sweet chariot’ (domínio público), na voz extraordinária de Paul Robeson]
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foto: detalhe do Memorial do Imigrante, em São Paulo, por Ricardo Imaeda
Sunday, October 07, 2007
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