Monday, April 09, 2007

Nem quando estranhos

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Faz muito tempo que não o vejo e fará ainda mais depois de, se, o reencontrar algum dia. Não é a vida corrida nem os compromissos com tudo o que é instituição que o afastam. Mas essa covardia, essa acomodação à mediocridade, engolfada em doses módicas, caduciformes, manhã, tarde, noite. Fará mais tempo depois porque se arrependerá de ter cedido a uma curiosidade mórbida de conferir como o tempo teria desgastado a superfície e arruinado o interior. Assim, a ausência se alongará ao ponto do esquecimento que, zerando as coisas, permitirá que você me encontre ao acaso, como desconhecido, e passará despercebido, indiferente, rumo a... Não o reconhecerei da mesma forma, disperso entre os passos de antes e nada mais, em paralelos distantes, quem se importa?
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2 comments:

Anonymous said...

A impecável beleza do texto
acolhe o sublime literário e o diagnóstico ferino.

Héber Sales said...

eu ando impressionado mesmo com essa coisa do familiar se tornar estranho.

será que realmente foi familiar algum dia?

foi um prazer receber tua visita lá no meu blog.

abraço!