Ando em direção a um compromisso de trabalho; anoitece com pressa, pessoas saem à espera dos ônibus, rodas e rodas se esquinam; a cidade muda de ritmo e cor. Ando a caminho da escola, menino, com a pasta cheia de cadernos e livros, uma confiança de conhecer mais o mundo; seguro um doce de amarelo artificial, bananinha falsa mais doce, aroma industrial; a cidade parece ficar em torno, casa colégio. Ando de volta do emprego, jovem, num percurso longo, da metrópole à periferia, subúrbio, cansaço frustrado de tempos tomados; olho mais baixo para os paralelepípedos refletindo as luzes de mercúrio; a cidade se contrai, mais ampla que o dia que se desperdiça. Ando como se parasse a cada ano, sabor em sabor, subindo descendo escorregando, imaginando as histórias de uma e outra janela iluminada, enquanto me visitam o menino, o jovem, o agora há pouco; e sinto andar comigo todos eles.
:: foto: trecho da rua Dona Paulina, no centro de São Paulo, por R.I.
3 comments:
Anonymous
said...
Linda foto, lindo texto. Desde ontem qdo li pela primeira vez parece q carrego um pedaço de cada um deles comigo tbm. Abs. Ricardo
Diante da foto, duas perspectivas a escolher: de frente para o que se fecha, ou de frente para o que se abre. Ambas parecem levar ao infinito. Do tempo. De si. Do texto. Viagens. Ricardo
Gostaria de ler sua sugestão ou comentário. Se preferir, escreva direto para mim. Será um prazer começar uma nova amizade ou apenas compartilhar palavras e significados.
3 comments:
Linda foto, lindo texto. Desde ontem qdo li pela primeira vez parece q carrego um pedaço de cada um deles comigo tbm. Abs. Ricardo
Diante da foto, duas perspectivas a escolher: de frente para o que se fecha, ou de frente para o que se abre. Ambas parecem levar ao infinito. Do tempo. De si. Do texto.
Viagens. Ricardo
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