O canal de tv History tem apresentado uma série de documentários sobre o que aconteceria ao planeta sem a presença dos humanos. É reconfortante saber que a natureza retomaria todos os espaços em pouco tempo, não deixando nenhum sinal da passagem daqueles que tanto fizeram por destruir e aniquilar a vida e as outras espécies.
Mas há sempre o risco de alguma espécie evoluir e replicar a trajetória já conhecida. Eis o destino que parece rondar a Terra. Será essa a história guardada, de autodestruição depois de algum tempo? A incompatibilidade em manter um equilíbrio?
Nada parece sobreviver ao movimento, ao escorrer da vida.
:: foto: detalhe da fachada do Museu de Zoologia da USP, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, por R.I.
Parece ainda durar muito o percurso dessas poucas centenas de metros. Dessa cidade que insiste em sobreviver depois de infâncias findas. A cada volta estão lá, transfiguradas, as apreensões suspensas de quem não sabe como as histórias se resolverão. Se é que um fim chegará na travessia das fronteiras.
Não é mais o mesmo transcorrer das horas. Mas a pressa dos outros só me retarda os passos. Que sobrepesam, afundam, e correm sem parar.
:: foto: detalhe da região central da cidade de Osasco, por R.I.
Em dias nublados e com garoa pode vir a lembrança daqueles colegas de escola, tão distantes do passado. Que trajetória terão seguido? O que estariam fazendo hoje? Talvez seja mais que saudade. Querer saber de suas vidas é um pouco o desejo de ficção. De criar histórias possíveis de se imaginar para si próprio. Uma outra existência a partir dos esboços de tantos que já estiveram próximos. E onde estarão?
:: foto: detalhe do parque Ibirapuera, na região sul da cidade de São Paulo, por R.I.
[ao som de ‘Who knows where the time goes’, de S. Denny, na voz de Nina Simone]
Qualquer hora despertas luzes chegam Naturais como nunca antes pensava Sem dor, nem ao menos na troca Porque ainda caminha perto O sopro, o gosto do fim
:: foto: anoitecer no bairro da Liberdade, região central de São Paulo, por R.I.
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